Não somos obrigados a ter que tocar sempre as mesmas notas, nem por isso somos obrigados a improvisar.
Tuesday, March 28, 2006
Se ainda não conhece meu poder:
Um coração sangra um atentado. Sucumbe à esfera rígida de um grande amor. Pressionado, chora feito uma criança que ralou o joelho, de tanta dor. É o amor, diz o cantor. Papel e caneta sobre a mesa, bacardi lemon com gelo e energético a caminho da boca, Ema Thompson tragando os ouvidos, o cheiro da porção de calabresa quase saindo e no telão Assassinos por natureza. Apago o charuto, dou um gole na bebida, clico a bunda da caneta e ao papel desfiro minha cólera. Me alivia a angústia reprimida reler aquela autoria. Puxo debaixo da mesa um violão e componho o refrão. A caixa chora. O barman deixa cair a garrafa de bacardi que manipulava circensemente a preparar minha bebida. O segurança tapa os ouvidos em tom de recriminação. O casal na mesa ao lado noiva. Não era a minha intenção. As reações me confortaram em saber que compartilhavam do meu sofrer. Só assim eu puder ver que estava sem saída. Como trancado dentro da latrina. Ou se preferir: “na merda”. Não havia remédio ou solução. Não tinha mais como pedir perdão. Era uma questão de controle emocional do tempo. Era mais fácil do que eu imaginava. Rasgar e amassar, jogar fora, queimar o papel com a letra passada. Um novo futuro escrever a partir da consciência formada. Fingindo aprender sem levar porrada. E surpreender a sua alma penada!
Monday, March 27, 2006
Comida Caseira
A felicidade não existe. Por tanto, não a almeje!
Isto acontece porque tudo o que você almeja, você planeja. Quando consegue, comemora.
Logo, a felicidade está nas comemorações de suas realizações.
Ou seja, planeje a sua felicidade.
Quando for comemorar, me convida?!
Muitas Felicidades!
Isto acontece porque tudo o que você almeja, você planeja. Quando consegue, comemora.
Logo, a felicidade está nas comemorações de suas realizações.
Ou seja, planeje a sua felicidade.
Quando for comemorar, me convida?!
Muitas Felicidades!
Tuesday, March 14, 2006
Um final feliz, de propósito.
Estava sem tempero aquela maldita batatinha frita. Ainda por cima, muito gordurosa. Sem tempero e muito gordurosa. Fiquei imediatamente irritado, levantei-me e acenei ao garçom. O mesmo percebeu meu tom de fúria expressado pela minha face e acionou a outro garçom, como se este fosse o responsável pela minha mesa. Em todo caso, me irritei mais ainda, pois era nele que eu queria descontar minha ira por aquele transtorno. O garçom da minha mesa aproximou-se e cordialmente questiona-me se preciso de alguma coisa. Respiro fundo e ordeno para que se sirva de uma das minhas batatinhas fritas. Em tom de desentendimento ele recusa. Insisto. Recusa novamente. Obrigo. Desculpa-se e continua recusando. Pergunto o porque dele não querer a minha batatinha frita? E porque eu devo comer e pagar por aquela batatinha frita gordurosa e sem tempero?! Peço outra porção e que retire aquela da minha frente. Ou melhor. Só retire na chegada da outra (vai que devolve a mesma). Ele se nega argumentando que a outra virá igual. Sem tempero e gordurosa. Dou uma risada irônica. Ele me chicoteia dizendo que não encontrarei melhor na cidade. Caio em gargalhadas. Quero falar com o chef de cozinha. Consigo. Na cozinha, enquanto flambava em meio a uma labareda, o chef com sotaque francês me explica que a batatinha segue à mesa sem tempero para que o cliente o faça a gosto e que é gordurosa por natureza, já que é frita e é um pedido do cliente. Me explica também que as batatinhas fritas secas que conheço são industrializadas e cheias de produtos maléficos à saúde, para que possam ficar sequinhas e crocantes. Já as deles são secas à luz quente e escorridas, antes de passarem por um papel toalha. É a melhor da cidade. A menos gordurosa.
Um silêncio se segue até que o chef coloca na frigideira alguns camarões que fazem um barulho ensurdecedor de fritura. Aproveito para agradecer e me retirar. Pedi a conta, sem ao menos encostar na comida. Pensei estar fria.Me retirei do ambiente e voltei ao trabalho para mais uma tarde encalorada no escritório, perdendo minha atenção nas pernas cruzadas da secretária. Naquela tarde fiz mais um anúncio na minha vida. Mais um premiado como o melhor do ano. Este na categoria restaurantes, com o título “se a batatinha frita é segredo do chef, imagine o Camarão à Dougndues. Restaurante Jardim de Viena. O Melhor da Cidade.”
Um silêncio se segue até que o chef coloca na frigideira alguns camarões que fazem um barulho ensurdecedor de fritura. Aproveito para agradecer e me retirar. Pedi a conta, sem ao menos encostar na comida. Pensei estar fria.Me retirei do ambiente e voltei ao trabalho para mais uma tarde encalorada no escritório, perdendo minha atenção nas pernas cruzadas da secretária. Naquela tarde fiz mais um anúncio na minha vida. Mais um premiado como o melhor do ano. Este na categoria restaurantes, com o título “se a batatinha frita é segredo do chef, imagine o Camarão à Dougndues. Restaurante Jardim de Viena. O Melhor da Cidade.”
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