Wednesday, March 23, 2011

Natasha

Viajei escondido da mulher
Mas não tinha esquecido
Tirei tudo do carro
Tudo o que podia revelar
O que nunca poderia ter acontecido
Tirei o energético, ticket do posto
Ingresso, pedágio, qualquer coisa
Tirei tudo
Boneca inflável, tigre branco
Limpei os tapetes, deixei revisado
Limpo, lavado
Os 88 quilômetros rodados

No dia seguinte, depois da saudade
Um detalhe que rolou pelos pés da mulher
Seu nome Natasha, como um bilhete
Numa tampinha de vodka

Natasha, que dor de cabeça você me deu!

Monday, March 07, 2011

Grito da Boca Maldita - Carnaval de Curitiba

No Rio de Janeiro é em fevereiro
Em Salvador é o ano inteiro
Eu não vou dizer que gosto
Nem vou dizer que odeio
Eu só vou dizer que em Curitiba
ninguém cala a minha boca
Maldita

Hoje não é domingo de atletiba
Então ninguém precisa de polícia
E nem a pau eu vou a missa
Porque eu já nasci santa
Felicidade em curitiba
Quem é que beija a minha boca
Maldita

Petit pave pra gringo ver
Se tem favela vou esconder
Vamos sorrir
Com a nossa boca
maldita

RELUZ

Teve um dia em que sol brilhou mais forte e mostrou um novo universo. Havia um caminho na trilha da curiosidade, um cheiro quase que um chamado. E eu fui sem me despedir com a expectativa de logo voltar. Mas fui ficando. Fui gostando. Me iludindo naquele universo paralelo. Aguardando um dia em que o sol brilhasse mais forte novamente e me mostrasse o caminho de volta. Mas a música era tão boa. A dança era tão mágica. Sua natureza era mais bela. Sua água era mais limpa. O ar era mais puro. E por um tempo me esqueci que eu não era dali. Por um tempo eu era feliz por andar nas ruas como inocente. Só neste universo havia o seu sorriso. E sem querer eu fui ficando. Até ser descoberto e sem ser entrevistado, um sentinela me mandou de volta pra casa, pelo caminho que eu não sabia voltar. No momento só estou esperando aquele sol que um dia brilhou mais forte.