Wednesday, January 17, 2007

Shakespeare dizia que...

Sim
Eu apareço
Eu me pareço
Com você

Sim
Tu és
como
Tu te vês

Um homem
Que se aproxima
de uma dama
que procura um homem

Nem um dos dois reclama
das suas próprias intenções
Até parece que se amam
A lua e o lobisomem.

Monday, January 08, 2007

Despertar

Eu sempre imaginava, sempre soube, que chegava uma hora na vida em que tínhamos que optar por alguma coisa, alguma situação. É maravilhoso esse jogo da vida que nos faz viver. Que nos faz sentir vivos. As opções. Quando duas, já são um problema, mas não dá para reclamar, afinal, grande maioria das pessoas nem mesmo tem opções. Grande maioria tem imposições.
Até o dia em que enviei uma carta ao grande senhor dos sonhos. Ele respondeu me questionando se eu realmente tinha aquele sonho, ou se eu queria uma realidade. Sonhar é fácil! Realizar é acordar e conviver com ele. Convidei então o grande senhor dos sonhos para vir à minha casa, conversar melhor sobre, pois quando escrevi achei estar sendo bem claro quanto ao meu sonho. Porque me questionava? Ele veio. Sentamos. Lhe servi chá. Alguns biscoitos e uma cadeira bamba. Ele trouxe uma maleta. Abriu e tirou dela uma grande roleta. Lhe mostrei a tomada. Ela acedeu várias luzes. Eram várias opções. Era muito barulho. Me pediu para que a girasse. Eu não aceitei entregar meu sonho à sorte. Não era à sorte, disse. Eu tinha de concordar que meu sonho alterava meu destino. Eu não aceitei. Ele me fez então uma oferta. Neguei. Jamais venderia a alma. Outra opção. Igualmente impossível de se aceitar. O grande senhor dos sonhos era um grande vendedor de dúvidas. Girei a roda dos sonhos. Ela rodava como uma biruta na tempestade. Começou a parar lentamente. Antes que ela parasse, cochilei. Não vi onde parou. Quando acordei, o grande senhor dos sonhos já havia se retirado com seus pertences. Na mesa, um bilhete: "parabéns!".