Caminhava sem medo, em seu cavalo domado
Com a certeza de estar em terreno a ser desbravado
O brasão reluzente anunciava a recepção
De quem um dia havia matado o dragão
Mas queria alguém do outro lado
Ter autoridade pra dizer não
E tirou do cavalo domado o brasão
Pois só podia usar, quem ousou matar o dragão
Na volta da recepção, embriagado de exaustão
Perdeu o cavalo entre os demais da multidão
E por lá deixou quem um dia aceitou compartilhar a missão
Seguiu caminho, agora com medo e lentidão
Até encontrar no horizonte um novo dragão
Só tinha uma chance, o cavalo não
Que a galope regressou à multidão, como quem não reconhece a missão
E por lá estava sozinho, o cavalo domado, sem medo e brasão
Ensinando a lição, de que sem ele, não há recepção