Tuesday, March 28, 2006

Se ainda não conhece meu poder:

Um coração sangra um atentado. Sucumbe à esfera rígida de um grande amor. Pressionado, chora feito uma criança que ralou o joelho, de tanta dor. É o amor, diz o cantor. Papel e caneta sobre a mesa, bacardi lemon com gelo e energético a caminho da boca, Ema Thompson tragando os ouvidos, o cheiro da porção de calabresa quase saindo e no telão Assassinos por natureza. Apago o charuto, dou um gole na bebida, clico a bunda da caneta e ao papel desfiro minha cólera. Me alivia a angústia reprimida reler aquela autoria. Puxo debaixo da mesa um violão e componho o refrão. A caixa chora. O barman deixa cair a garrafa de bacardi que manipulava circensemente a preparar minha bebida. O segurança tapa os ouvidos em tom de recriminação. O casal na mesa ao lado noiva. Não era a minha intenção. As reações me confortaram em saber que compartilhavam do meu sofrer. Só assim eu puder ver que estava sem saída. Como trancado dentro da latrina. Ou se preferir: “na merda”. Não havia remédio ou solução. Não tinha mais como pedir perdão. Era uma questão de controle emocional do tempo. Era mais fácil do que eu imaginava. Rasgar e amassar, jogar fora, queimar o papel com a letra passada. Um novo futuro escrever a partir da consciência formada. Fingindo aprender sem levar porrada. E surpreender a sua alma penada!

3 comments:

Alexandre França said...

Cara...este texto é bom mesmo. Do caralho esta parte "um coração chora feito uma criança que ralou o joelho". Genial. abraços

Anonymous said...

tentando

Anonymous said...

Mude esses teus comments, nunca funcionam. ;(

Mandou bem pra caralho pra variar. Quando o tema é ESSE você sabe o que dizer.