Wednesday, May 02, 2007

DESTINO

É como sair de casa e ver um gato branco cruzar seu caminho. Ligar o som ou a tv logo cedo e ver a previsão do tempo dizendo para que saia agasalhado, mas com uma regata por baixo e não esqueça o guarda-chuva, por favor, estou avisando! Enfim, é assim que acontece. Falaremos um pouco sobre o destino. Se existe e como funciona. Peguemos o exemplo do Zé Mané, cidadão de bem (quando nascer), trabalhador (quando encontrar um), bom pai (quando for), estudioso (quando foi), fiel em seu relacionamento (quando tiver). Sobre o destino: s. m., concatenamento supostamente necessário de factos e suas causas; fim pré-determinado que orienta as acções e os acontecimentos na vida dos homens; fatalidade; sina, sorte; futuro, porvir; fim, aplicação a que se destina alguma coisa; lugar onde alguém se dirige ou onde se manda ou se deve entregar alguma coisa; direcção, rumo; propósito, tenção (fonte: http://www.priberam.pt/dlpo/definir_resultados.aspx).
Logo, podemos dizer que o destino de Zé está traçado, pois assim que ele sai de casa, pega o ônibus na porta de casa que o entrega na porta do trabalho. Nenhum congestionamento, acidente, ameaça de bomba, obra na rua é capaz de desviar seu rumo. Isto obriga que ele conviva com as mesmas pessoas que coincidentemente tem o mesmo destino naqueles vinte minutos. Em especial, a Zé Mané. Cidadã cuja qual não se sabe absolutamente nada. Apenas seu apreço por calças apertadas e decotes que jamais a deixaria desempregada. Quando se faz necessário, descem do ônibus e param no sinaleiro antes de atravessar a rua, evitando assim um eventual atropelamento. Não há outra opção se não aguardar o elevador que o leve os 12 andares acima. Até aí, seu destino estava traçado. Ao chegar no escritório, um e-mail cobrando um relatório que era para quarta, mas o chefe vai ter que viajar para São Paulo hoje a tarde e o Zé que se vire. O telefone toca, é da escola de seu filho, dizendo que apanhou de um gordinho e que é para comparecer urgentemente ao pronto-socorro do hospital Pequeno Príncipe. O relatório que se foda.... o chefe que vá para o inferno... horas depois, retorna ao escritório e a secretária - que está quase aceitando seu convite para jantar – diz em tom suave que tem uma correspondência para ele e entrega um envelope desses grandes, em papel kraft. É um currículo, de rapaz recém chegado da Europa, com cursos de todos os níveis (como ele teve tanto tempo assim?). Bem mais novo, mais cheio de gás, mais cheio de criatividade e podendo cobrar um pouco menos... ideal... se não fosse para o cargo do Zé! Quando foi rasgar o papel, o chefe, que olhava pelo aquário da sua sala, interrompe com um olhar e o chama para ver o papel. Levou e confessou covardemente que queria sair porque acreditava que aquele rapaz seria um profissional bem melhor para a empresa. O chefe analisou e lhe deu razão. Até aí estaria tudo traçado? Mesmo a morte da Zé?

2 comments:

Anonymous said...

Flavio , jovem publicitario, adorador de musica, e nas horas vagas escritor.Acontece que as horas vagas se coincidiram com as horas não vagas, e por vaidade do DESTINO seu chefe viu o uso das horas vagas no lugar das horas vagas..
flavio vo liga pro carvalhinho..haUHaihAIUHaiuhAUIHAi
abraços corvo

beans said...

cara, uso esse mesmo dicionario online! priberam! haha