Ainda não assumi a velhice.
Na busca insaciável pela juventude perdida, terminei o namoro, rasguei a camisa do time, queimei todas as fotos, bati o carro, xinguei os pais, mijei na bandeira jurada 18 anos atrás e voltei a ser quem eu era 18 anos antes de eu me apresentar ao exército.
Deliciosa sensação de voltar no tempo.
De ser novamente alguém.
Amado.
Digno de apostas.
Ser elogiado pela gordura.
Inapto a competir.
Só comendo e dormindo.
Sendo carregado no colo.
Cagando e andando.
Chorando feliz.
Sorrindo por pouco.
Sem marcas nas roupas.
Com os pulmões cheios de ar.
E o fígado a judiar.
Longe do controle remoto.
Longe das contas.
Longe do chefe.
Pra longe daqui eu fui.
Eu sei.
Mas também não quero voltar.
Tampouco me receba.
Nem me busque.
Apenas se lembre de mim.
Como aquele que encontrou a fonte da juventude,
e envelheceu novo.
De novo!
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